Estive pensando em minha separação e o quanto é dolorido ser trocada como se fosse um objeto a ser substituido sem o menor respeito e consideração. Uma tralha a ser jogada fora sem titubeios.
Mas o pior é você ter consciência de tudo isso e ainda assim teimar em que tudo vai ser diferente outra vez. É como uma pia que inicialmente tem dois pratos sujos. Deixamos para lavar depois e no outro dia, mais dois pratos sujos, isso sucessivamente. No fim, já não há mais possibilidade de apenas se lavar os pratos, existirá resíduos putrefatos que se impregnaram e não consegue sair mais. O único jeito é jogar todos os pratos fora e, se possível pia e casa.
É um blog inspirado na Maiêutica para responder a perguntas que insistem em não aceitar respostas. Pretendo reconstruir meu mundo. Por hora encontra-se suspenso de qualquer juízo, embora saiba que há um substrato existencial do qual não posso me isentar.
Não esperem coerência e coesão em meus textos. As ideias aqui expressadas por mim, se dispõem de modo prolixo, com sentido e articulação que só eu percebo ninguém mais. contudo, não descarto a possibilidade de que, eventualmente, alguns de vocês possam concordar ou discordar delas. Afirmo, portanto, que este blog é uma tentativa minha de organizar e saber a quantas andam meu confuso pesamento, muitas vezes irônico e tantas outras cáustico.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Separação
Eis que a separação para mim está transfigurada num parto de natimorto. Esse útero-casamento gestou por 19 anos, mas finalmente as dores do parto aceleram-se, respiração cachorrinho, num último desespero de expulsar esse corpo estranho de dentro de mim. Está morto mesmo, mas infelizmente sei que as mãos cheias de terra ainda se moverão muitas vezes até cobrir o esquife.
A casa também é lúgubre. É um sepulcro onde ainda reside vermes em decomposição. Contudo, alguns pedaços de carne com vida ainda resistem. Há uma guerra travada entre estas nesgas de fluidos vitais e os vermes, mas estes, serão inevitavelmente os vitoriosos. Portanto, ou regeneramos estas nesgas ou sucumbiremos aos vermes completamente. Preciso descobrir o segredo das lagartixas que, por instinto de sobrevivência, têm a capacidade de soltar o rabo como mecanismo de defesa contra o ataque de seus predadores e, depois de algum tempo seus rabos se regeram.
A casa também é lúgubre. É um sepulcro onde ainda reside vermes em decomposição. Contudo, alguns pedaços de carne com vida ainda resistem. Há uma guerra travada entre estas nesgas de fluidos vitais e os vermes, mas estes, serão inevitavelmente os vitoriosos. Portanto, ou regeneramos estas nesgas ou sucumbiremos aos vermes completamente. Preciso descobrir o segredo das lagartixas que, por instinto de sobrevivência, têm a capacidade de soltar o rabo como mecanismo de defesa contra o ataque de seus predadores e, depois de algum tempo seus rabos se regeram.
Assinar:
Postagens (Atom)