Não esperem coerência e coesão em meus textos. As ideias aqui expressadas por mim, se dispõem de modo prolixo, com sentido e articulação que só eu percebo ninguém mais. contudo, não descarto a possibilidade de que, eventualmente, alguns de vocês possam concordar ou discordar delas. Afirmo, portanto, que este blog é uma tentativa minha de organizar e saber a quantas andam meu confuso pesamento, muitas vezes irônico e tantas outras cáustico.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Um Enorme Brinde e Sorriso Para o Millôr Fernandes

Aprendamos a pintar e fruir a vida com beleza
Reconheço minha ignorância ante Millôr Fernandes (não a ignorância de que ele sabia mais do que eu, isso é óbvio). Falo da ignorância minha da figura e obra do escritor que sempre ouvi falar maravilhas e que em algumas provas que realizei, li algum texto dele, mas não me recordo (MINHA MEMÓRIA É TÃO, TÃO, COMO PODERIA DIZER? ESQUECI). 

Seria mentira dizer que conheço a obra desse escritor. Por isso, resolvi garimpar algumas frases, tao exaltadas por diversas pessoas em entrevistas e de alguns amigos tanto dele como meus. Selecionei algumas e através delas, tecerei uma breve homenagem, pois ao que tudo indica, foi um homem de grande envergadura intelectual e primordialmente humano. Contudo, me limitarei apenas as frases que aqui citarei. Ressalto isso porque ele mesmo diz que "As pessoas que falam muito, mentem sempre, porque acabam esgotando seu estoque de verdades." Não quero correr o risco de mentir, logo porque não tenho muitas verdades, se as tive, já ESQUECI. 

Até já diminui a quantidade de comentários nos blogs de meus amigos pois não quero ser chata e cair na definição que ele deu a essa espécie: "Chato... Indivíduo que tem mais interesse em nós do que nós temos nele". Diante dessa afirmação, veio a minha mente duas palavras: piedade e ego. A primeira porque o ser que provoca interesse compreende que o interessado não consegue ser interessante para ninguém, nem para ele mesmo (vai saber?). A segunda é que mesmo sabendo disso, ainda assim, mantém o chato, quem será algum dia não lhe terá serventia? Muitas pessoas querem apenas receber e, nesse desejo, esquecem de ver os outros. 

Bem, se já faço parte dessa espécie, em um determinado ponto a ficha cairá. Por enquanto, vou apenas observar o quão desinteressante sou para muitos (será que está na hora de deixar de ser chata e me tornar eremita). Aproveito-me de outra frase para não chorar sobre minha chatice: "É melhor ser pessimista do que otimista. O pessimista fica feliz quando acerta e quando erra" e dada a nossa condição humana, erramos mais do que acertamos, portanto, tenho mais motivos para ser feliz do que tristes, ahaaaaaa. Segundo Millôr, "Todo homem nasce original e morre plágio", olha eu aquiiiiiii me aproveitando das frases dele para tentar escrever algo sobre ele (mas pelo menos digo que são dele). Tenho de concordar com ele, pois, "Eu não quero viver num mundo em que não possa fazer uma piada de mau gosto" (nem que seja de mim mesma).

Afinal de contas, estou numa idade em que tenho urgência de viver e não de me preocupar se estou agradando ou não. Quem não gostar que me diga ou me ignore e ponto. Compactuo com Meu homenageado que "Esta é a verdade: a vida começa quando a gente compreende que ela não dura muito". Estou correndo atrás do prejuízo, perdi tempo demais com idiotices e verdade inflexível. Já não tenho paciência para discutir com pessoas sobre esse tipo de verdade, quando a pessoa é arrogante e quer porque quer me enfiar essa verdade goela abaixo, sou sincera e digo que discordo e que não tenho saco pra ficar ouvindo-a, mas quando é alguém por quem tenho apreço, sigo a dica do homenageado que aconselha: "Por mais violento que seja o argumento contrário, por mais bem formulado, eu tenho sempre uma resposta que fecha a boca de qualquer um: vocês têm toda a razão", pois "Certas coisas só são amargas se a gente as engole".

Uma bela frase essa última não? É dele também esta: "Viver é desenhar sem borracha". Acredito nisso. A vida para mim é uma aventura humana. Brincamos de viver e quando nos damos conta disso, percebemos que chegou a hora de viver brincando. A vida não é um fardo é uma tentativa. SEMPRE. Ela é um instrumento de eterno gozo, pois para mim, um instante é uma eternidade. Por que será que este escritor disso isso: "Dizem que quando o Criador criou o homem, os animais todos em volta não caíram na gargalhada apenas por uma questão de respeito"? Será que é porque o homem ao nascer, nasce completamente nu, sem garras para se defender, sem pelo para se aquecer ou qualquer outro dispositivo aparente com o qual possa defender sua existência como diz o Nietzsche? O homem tem apenas algo que os outros animais não tem, o raciocinio. Portanto, o homem foi capaz de utilizar meios internos como o raciocinio aliado aos instintos e daí planejar estratégias externas na manutenção de sua vida. Ele se inventa emocionalmente, psicologicamente e fisicamente. É verdade que não sabe dizer de onde veio, o que faz, menos ainda para onde vai. 

Já vivi algum tempo para confirmar "Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem", quando as conhecemos melhor, encontramos brechas, lacunas no que antes era algo homogênio. As qualidades não são tão qualidades assim, passe-se a enxergar os defeitos e, estes, adquirem dimensões intoleráveis. Epa, mas se a "viver é desenhar sem borracha", logo entendemos que se erramos, devemos tentar desenhar outro desenho. O que não podemos é rasgar o desenho da viva. "A verdade é que a maior parte das pessoas foge de tentações que nem se dão ao trabalho de tentá-las". Vamos, não esperemos que as tentações nos tente. Tentemos nós as tentações e vamos ver no que isso vai dar. O que supostamente afirmamos ser moral, tantas vezes nos aleijam. "De todas as taras sexuais, não existe nenhuma mais estranha do que a abstinência". Criaturas que reprimem seus desejos fisiológicos por "moralidade". Uns reprimem por ideologia (religiosa?), alguns são sinceros, outros, no entanto, fingem não desejar, mas por dentro são consumidos pelo desejo que acaba sendo doentio. Esses assustam. São doentes, não do corpo, mas da alma. Viver não é se amputar cotidianamente em nossos desejos quer fisicos ou não. Estejamos atentos e "Não devemos resisitir às tentações: elas podem não voltar" (o querido dândi, Oscar Wilde, fala algo semelhante), mas também não é se verter completamente. Entretanto, como mediar tudo isso? Já que "O preço da fidelidade é a eterna vigilância". Vivo a algum tempo a me perguntar o que vem a ser FIDELIDADE. Que acordo é esse? Um contrato de exclusividade em que ambos "supostamente" abdicam da multiplicidade em benefício do UM. A Experiência humana já demonstrou que isso quase sempre não dá certo, exceto quando algumas criaturas privilegiadas (não se sabe o porquê) se satisfazem mutuamente. Vai se entender isso?

Tecendo um pararelo dos porquês, podemos nos indagar que quando "A natureza , ao fazer um ser humano competente; por acaso consulta alguma universidade?" Algumas pessoas me perguntam por que eu sou resistente as opiniões acadêmicas e científicas. Talvez seja porque essas opiniões sejam mais dogmáticas do que a tão preconizada VERDADE ABSOLUTA. Isso sem contar que para mim, em concordância com o Millôr, a academia tornou-se um lugar onde os especialista teem a "Capacidade de saber cada vez mais sobre cada vez menos, até saber tudo sobre nada" (amei essa). Por exemplo, "A girafa, calada, lá de cima vê tudo e não diz nada". Ela é uma sábia? Não sei. Será que se ela tivesse a capacidade de emitir algum som, não deturparia tudo, assim como nós fazemos o tempo todo? Afinal de contas "Ser gênio não é difícil. Difícil é encontrar quem reconheça isso".

Fiz um comentário no blog do Carlos Brunno, excelente poeta e escritor, de um veio ainda desconhecido da mídia, que escreveu algo sobre o esse artista multifacetado, sob o título "Poemas piadas pra um Brasil sem graça: quem disse que Millôr morreu?" e acrescento a ida também do nosso humorista Chico Anísio que transcrevo aqui.  Fiquei a pensar nas frases que esses dois homens notórios falaram sobre a morte.

Chico: "Não tenho medo de morrer, tenho pena"
Millô: "É meu conforto: da vida só me tiram morto. e O pior não é morrer. É não poder espantar as moscas."
Eu (rsrsr): Cada um a seu modo viveu a vida integralmente, o que não foi possível, não foi possível e ponto.

Não sinto pena e não lamento, ambos viverão em nossa história coletiva e individual. O Que tenho é o privilégio de ter usufruido e de usufruir ainda dos frutos (obra) da vida desses dois contemporâneos meus, que por sinal é imensurável.

O fato é que esses homens amaram viver, e talvez viveram amando o que faziam e a alguns especificamente. Hoje, também eu posso reconhecer isso em mim. Contudo, ahhhhhh! o tempo atinge o físico inexoravelmente. Comprovo isso quando me convidam para uma noitada ou uma longa festa. Ele está certo pois "Você [EU] está começando a ficar velho quando, depois de passar uma noite fora, tem que passar dois dias dentro". Por isso, aprendi que temos que beber a vida e "Goze [ar]. Quem sabe essa é a última dose?". Para isso não é preciso ser rica e bela (se for, facilita um pouco, mas só um pouquinho), basta ser gente. Comemoremos a vida desses dois homens, o Millôr e o Chico. Bebo a eles e seguirei um último conselho amigo do literato "Há certas mulheres que acabam ficando bonitas de tanto a gente dizer que são", direi a mim, todas as manhãs, que sou linda, até ficar estupenda. kkkkkkkkkkkkkkkkk. Ôpaaaaaaaaaaaaaaaaa, virei o gole de uma só vez. Agora comamos, pois "Gastronomia é comer olhando pro céu". E assim concluo que Millôr e Chico são estrelas que permanecerão brilhando, assim como o brilho de tantas outras que chegam até nós, mesmo depois de mortas.


COMO SOU medíocre, UM TEXTO DESSE TAMANHO COM BASE APENAS EM 25 FRASES QUE DIZEM MUITO MAIS DO QUE EU TENTEI DIZER.

As frase podem ser encontradas no link: http://frases.globo.com/millor-fernandes
A homenagem do Carlos Brunno: http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/2012/03/poemas-piadas-pra-um-brasil-sem-graca.html#comment-form

segunda-feira, 26 de março de 2012

A LITERATURA SEGUNDO FERNANDO PESSOA NA VOZ DE BERNARDO SOARES

Atuamente estou lendo o "Livro do Desassossego" de Fernando Pessoa. Se antes eu era confusa, com certeza ficarei muito pior rsrsrsrsr. Mas um pior justificável, pois esse homem diz coisas impressionantes e maravilhosas nesse livro, que ele mesmo afirma ser um não-livro. 

Le-lo é como se lançar num voo que atinge a maior altitude possível e, de repente, desce vertiginosamente num looping desconcertante. Ora, pensar na Literatura como sendo algo de mais valor do que o próprio viver, que ela preserva maior intensidade das coisas da vida do que a própria vida. A sensação que se tem é de que o nosso chão desaparece e ficamos a refletir sobre o escrito angustiadamente.

27.

"A literatura, que é a arte casada com o pensamento e a realização sem a mácula da realidade, parece-se ser o fim para que deveria tender todo o esforço humano, se fosse verdadeiramente humano, e não uma superfluidade do animal. Creio que dizer uma coisa é conservar-lhe a virtude e tirar-lhe o terror. Os campos são mais verdes no dizer-se do que no seu verdor. As flores, se forem descritas com frases que as definam no ar da imaginação, terão cores de uma permanência que a vida celular não permite.

Mover-se é viver, dizer-se é sobreviver. Não há nada de real na vida que o não seja porque se descreveu bem. Os críticos da casa pequena soem apontar que tal poema, longamente ritmado, não quer, afinal, dizer senão que o dia está bom. Mas dizer que o dia está bom é difícil, e o dia bom, ele mesmo, passa. Temos pois que conservar o dia bom em uma memória florida e prolixa, e assim constelar de novas flores ou de novos astros os campos ou os céus da exterioridade vazia e passageira. 

Tudo é o que somos, e tudo será, para os que nos seguirem na diversidade do tempo, conforme nós intensamente o houvermos imaginado, isto é, o houvermos, com a imaginação metida no corpo, verdadeiramente sido. Não creio que a história seja mais, em seu grande panorama desbotado, que um discurso de interpretações, um consenso confuso de testemunhos distraídos. O romancista é todos nós, e narramos quando vemos, porque ver é complexo como tudo.

Tenho neste momento tantos pensamentos fundamentais, tantas coisas verdadeiramente metafísicas que dizer, que me canso de repente, e decido não escrever mais, não pensar mais, mas deixar que a febre de dizer me dê sono, e eu faça festas com os olhos fechados, como a um gato, a tudo quanto poderia ter dito." (Fernando Pessoa, livro do Desassossego, p. 60, Companhia de Bolso)

sábado, 17 de março de 2012

O NOSSO AMOR A GENTE INVENTA

Saudades do poeta Cazuza. Brindo-me com essa música que hoje ouvi e que, atualmente, faz todo o sentido, nessa minha nova fase da vida. É muito bom olhar para trás e ver que tudo foi vivido, até mais do que deveria ter sido vivido.



O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver…

Não pode ver
Que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu…

O nosso amor
A gente inventa
Prá se distrair
E quando acaba
A gente pensa
Que ele nunca existiu…

O nosso amor
A gente inventa
Inventa
O nosso amor
A gente inventa…

Te ver
Não é mais tão bacana
Quanto a semana passada
Você nem arrumou a cama
Parece que fugiu de casa…

Mas ficou tudo fora de lugar
Café sem açucar, dança sem par
Você podia ao menos me contar
Uma história romântica…

O nosso amor
A gente inventa
Prá se distrair
E quando acaba
A gente pensa
Que ele nunca existiu…

Mas ficou tudo fora de lugar
Café sem açucar, dança sem par
Você podia ao menos me contar
Uma história romântica…

O nosso amor
A gente inventa
Prá se distrair
E quando acaba
A gente pensa
Que ele nunca existiu…

O nosso amor
A gente inventa
Inventa
O nosso amor
A gente inventa…


domingo, 4 de março de 2012

A maioria das doenças que as pessoas tem, são poemas preso

Viviane Mosé
 

Quer coisa mais bela e simples que isso? Não quer ficar doente? então poetizem, do verbo poetizar que acabei de lembrar rsrsrsr.