Casa França Brasil - Rio de Janeiro |
Mais uma de minhas aventuras pela arte no Rio de Janeiro.No dia 21 de janeiro de 2014, fui levada por um amigo a fazer um tour por várias Galerias de Artes no Cassino Atlântico em Copacabana. Visitamos umas 15 ou mais, além de irmos em dois Centros Culturais e a livraria Cultura no Centro. Senti cheiro do velho e do novo. Tantas cores, tantas linhas curvas, retas, perpendiculares e tantas luzes que dão a obra iluminada perspectivas do aconchego, do lúdico e sobretudo a experiência estética tão discutida e controversa em nossa atualidade. O olhar do perito, do crítico e do artista muitas vezes entra em desacordo com o do espectador ingênuo. Digo ingênuo porque não tem aquele lastro teórico e nem a experiência do fazer artístico. Desse modo, se o artista emula uma experiência do fazer, o crítico executa seu escrutínio mediante seu conhecimento e o espectador frui, ele é afetado pela materialidade quer mental ou concreta da obra de arte diante dele. Muitos são os olhos e olhares que recaem sobre a arte e é essa diversidade e circunstâncias que evidenciam ou silenciam uma determinada obra no tempo.
Em uma dessas galerias, encontrei um galerista muito atencioso e entusiasmado com seu trabalho e começamos a conversar sobre espectador e arte e entramos no assunto do valor e julgamento da obra de arte. Ele disse-me tantas coisas interessantes, mas infelizmente não me recordo de todas, apenas de uma questão que ficamos a discutir um pouco mais. Ele afirmava que, na contemporaneidade, se uma obra de arte não se revela ao espectador é porque ela não cumpriu sua função objetiva e o artista fracassou. Caramba, quando eu o ouvi dizer tal coisa, por minha cabeça vararam milhares de argumentações e não sabia exatamente por onde começar a retorquir a afirmação, principalmente porque a obra de arte atualmente é conceitual, desse modo, como garantir objetivamente algo que nasce primordialmente da subjetividade do artista?
Eu entendo o desespero de muitas pessoas quererem entender ipsis literis a obra que se encontra diante de seus olhos. Entendo o que o galerista quis dizer quando se refere a essa objetividade. No entanto, o que não conseguimos ainda delimitar, sem margem de dúvidas, quais são os critérios que definem uma obra de arte como tal, porque se assim não o for, tudo é obra de arte. Não condeno o conhecimento do rapaz quanto a essas questões, apenas parto de minhas experiências que me fazem questionar não apenas o que ele afirmou, mas também o que me leva a ir a tais lugares.
O que nos faz sair de casa para ver uma exposição pictórica, escultórica, fotográfica, uma instalação etc., assistir um filme, ver uma peça teatral, ir a um sarau, ler um livro? Eu quero o fora do cotidiano, a arte para mim é esse sair de si e entrar no outro sem um preconceito sobre ela. No momento em que me ponho dentro da ......
Demorei muito a retornar a esse post e já não me recordo o que ia escrever. Lembro que não falei sobre a exposição na Casa França Brasil, sei que era sobre a escravidão e seus vestígios até o dia de hoje. Eu iria conversar com a pessoa que me levou lá, contudo, isso já não é mais possível, portanto, fica o hiato em minha escrita. Quem sabe um dia retorne a ela. Desculpem.