Um excelente oportunidade para fazer cursos gratuitos que normalmente custam os olhos da cara. Quem puder, aproveite!
É um blog inspirado na Maiêutica para responder a perguntas que insistem em não aceitar respostas. Pretendo reconstruir meu mundo. Por hora encontra-se suspenso de qualquer juízo, embora saiba que há um substrato existencial do qual não posso me isentar.
Não esperem coerência e coesão em meus textos. As ideias aqui expressadas por mim, se dispõem de modo prolixo, com sentido e articulação que só eu percebo ninguém mais. contudo, não descarto a possibilidade de que, eventualmente, alguns de vocês possam concordar ou discordar delas. Afirmo, portanto, que este blog é uma tentativa minha de organizar e saber a quantas andam meu confuso pesamento, muitas vezes irônico e tantas outras cáustico.
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
domingo, 26 de agosto de 2012
Identidade Cultural e Movimento Culturista
Eu raramente saio de casa, mas quando saio é sempre por um bom programa. Hoje não foi diferente dos que costumo frequentar. Então vou escrever logo antes que eu esqueça (acho que já comentei em algum post que minha memória é a coisa mais fugaz do mundo). Foi a primeira vez que fui ao Bistrô Café do Bom, Cachaça da Boa. Um local super bacana, aconchegante, pois é um ambiente pequeno, o que faz com que os frequentadores acabem se esbarrando e olhando nos olhos um dos outros. Quem me falou sobre o lugar e o evento foi um amigo da internet, Carlos Brunno Barbosa, cuja escrita admiro sobremaneira. Explico minha predileção pelos escritos dele. São vestígio de nosso tempo, com nosso linguajar, nossas particularidades históricas atuais. Concordo que a Literatura tem um caráter meio cíclico, no que diz respeito a historicidade, parece que determinadas narrativas, mesmo tendo sido escritas séculos passados, estão se repetindo. Mas a dele tem esse diferencial do cotidiano nosso de cada dia. Sua poesia expressa uma opinião pessoal, pois uma poesia nada mais é do que uma parcela de todo poeta. Nele encontro uma verve pulsante e que reconheço como de meu tempo e meu dia a dia também.
Para meu grande prazer, encontrei-o pela primeira vez nesse evento; assim como Juliana, a musa de meu amigo, uma pessoa agradabilíssima, muito simpática e de bela voz (declama os versos do amado que é uma maravilha); bem como o irmão dela Zé Ricardo, um jovem educadíssimo e cheio de vontade de dar o melhor de si para a música. Mas alguns podem perguntar o porquê de eu está escrevendo tudo isso, eu respondo: é dificil encontrar jovens como esses três que hoje tive a maior satisfação em conhecer. São jovens preocupados e engajados no desejo de um fazer artístico para um mundo melhor. Como não me curvar a tão grande ideal? Como não me envergonhar quando comparo a atitude deles que sairam de Valença para vir ao Centro do Rio participar do evento e eu tão próxima com preguiça de sair e ver as novidades que estão pipocando nesse caldeirão cultural.
Para meu grande prazer, encontrei-o pela primeira vez nesse evento; assim como Juliana, a musa de meu amigo, uma pessoa agradabilíssima, muito simpática e de bela voz (declama os versos do amado que é uma maravilha); bem como o irmão dela Zé Ricardo, um jovem educadíssimo e cheio de vontade de dar o melhor de si para a música. Mas alguns podem perguntar o porquê de eu está escrevendo tudo isso, eu respondo: é dificil encontrar jovens como esses três que hoje tive a maior satisfação em conhecer. São jovens preocupados e engajados no desejo de um fazer artístico para um mundo melhor. Como não me curvar a tão grande ideal? Como não me envergonhar quando comparo a atitude deles que sairam de Valença para vir ao Centro do Rio participar do evento e eu tão próxima com preguiça de sair e ver as novidades que estão pipocando nesse caldeirão cultural.
Voltando ainda ao lugar, cheguei antes que o evento tivesse começado. De início fiquei um pouco sem graça porque não conhecia ninguém, mas depois foram chegando mais pessoas, inclusive esses novos amigos da Literatura e da Cultura de modo geral. O evento começa o seu andamento e daí por diante tudo passa a ter uma certa familiaridade, todos parecem se identificar como parte de tudo (a cultura tem esse poder). A música ativa algo dentro dos indivíduos que os fazem relaxar, a bebida adianta muito mais rapidamente esse processo (por falar nisso, o capuccino com cachaça é delicioso - não deixem de tomar caso vá a esse bistrô), mesmo em pessoas introspectivas como eu.
A anfitriã, Janaína da Cunha, me pareceu bem contundente em suas posições com relação a cultura e aos artistas quando ressalta a necessidade da união e não de competição entre eles.
As poesias recitadas, cada qual com suas particularidades temáticas, muito interessante. Algumas destacarei, mas não esperem pormenores excessivos, já os esqueci. Perguntem como é que me lembro, não sei. Sei apenas que me lembro, não das palavras, mas da sensação que elas me provocam, quer seja poesia, música ou outra espécie de arte. As pessoas normalmente tem memória de alguma frase ou verso. Eu quando leio uma poesia, crio um contexto que me leva a fazer uma associação com outro contexto, e este me remeterá a uma sensação e é essa sensação que me faz saber se gostei ou não de algo. Afeeee, tem coisas que nunca conseguiremos expressar em palavras. Toda essa lorota é para justificar minha incapacidade mnemônica.
Bem, vamos lá, deixem-me tentar lembrar de alguns fragmentos antes que eles se desvaneçam e fiquem apenas impregnados em minha memória sensorial. O terceiro poema que Janaína declamou é muito bom (do livro Olhos de Lince); o poema que, segundo o autor, é agora hino do Identidade Cultural e Movimento Culturista (eu concordo, tem tudo a ver mesmo) é também muito bacana, podemos apreciá-lo na íntegra neste link http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/2012/06/solidoes-compartilhadas-efervescencia.html; a performance do Carlos com o poema 60'' o deixou exausto rsrsr; para contrabalançar a exaustão do Carlos, sua fiel escudeira lança mão de seu poema "Horas Mortas" (que aliás é muito interessante, pois me faz lembrar de alguns momentos de pura apatia [minha e não do poema] que vivemos num determinado espaço de tempo em nossas vidas e que só queremos esquecer o tempo) http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/; Juliana declamou um poema em homenagem ao avô que o Carlos também postou no blog dele e que eu adorei http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/2011/12/solidoes-compartilhadas-solidao.html (levei a manhã quase inteira procurando esses links, mas vale a pena os poema são lindos. Ela tem uma voz muito bonita e sabe interpretar o poema com paixão. Olha esse verso sobre a morte do avô se não digo a verdade " Sono solidão... eterno o seu, perdido o meu"); agora a irreverência dos poemas "Manga" e "peitos, peitinhos e peitões" do Dalberto foi inusitado e muito legal; o poema etílico (não me lembro o nome da autora) é maravilhoso e, por fim, a música de protesto de Zé Ricardo que estava nervoso e se saiu bem, mas ele queria ter atuado melhor (não deve se preocupar, o hábito faz o monge). Uma outra atração foi as caricaturas do Fábio Fernando, traço marcante e delicado, mas o que mais me atraiu foram as cores fortes (sou completamente latina nesse aspecto). Gostaria de ter a foto de uma delas, mas não lembrei de registrar (uma pena, pena mesmo). A pluralidade das artes nesse evento é uma marca muito mais do que desejada por mim em encontros como esse. Gostaria de ter visto pinturas, esculturas, cinema, dança (essa última eu sei que tem). Enfim, eu gosto dessa efervecência cultural, e gosto de tudo ao mesmo tempo, mas sei que o local não comporta essa simultaneidade. Contudo, não custa nada sonhar não é mesmo?
Bem, vamos lá, deixem-me tentar lembrar de alguns fragmentos antes que eles se desvaneçam e fiquem apenas impregnados em minha memória sensorial. O terceiro poema que Janaína declamou é muito bom (do livro Olhos de Lince); o poema que, segundo o autor, é agora hino do Identidade Cultural e Movimento Culturista (eu concordo, tem tudo a ver mesmo) é também muito bacana, podemos apreciá-lo na íntegra neste link http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/2012/06/solidoes-compartilhadas-efervescencia.html; a performance do Carlos com o poema 60'' o deixou exausto rsrsr; para contrabalançar a exaustão do Carlos, sua fiel escudeira lança mão de seu poema "Horas Mortas" (que aliás é muito interessante, pois me faz lembrar de alguns momentos de pura apatia [minha e não do poema] que vivemos num determinado espaço de tempo em nossas vidas e que só queremos esquecer o tempo) http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/; Juliana declamou um poema em homenagem ao avô que o Carlos também postou no blog dele e que eu adorei http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/2011/12/solidoes-compartilhadas-solidao.html (levei a manhã quase inteira procurando esses links, mas vale a pena os poema são lindos. Ela tem uma voz muito bonita e sabe interpretar o poema com paixão. Olha esse verso sobre a morte do avô se não digo a verdade " Sono solidão... eterno o seu, perdido o meu"); agora a irreverência dos poemas "Manga" e "peitos, peitinhos e peitões" do Dalberto foi inusitado e muito legal; o poema etílico (não me lembro o nome da autora) é maravilhoso e, por fim, a música de protesto de Zé Ricardo que estava nervoso e se saiu bem, mas ele queria ter atuado melhor (não deve se preocupar, o hábito faz o monge). Uma outra atração foi as caricaturas do Fábio Fernando, traço marcante e delicado, mas o que mais me atraiu foram as cores fortes (sou completamente latina nesse aspecto). Gostaria de ter a foto de uma delas, mas não lembrei de registrar (uma pena, pena mesmo). A pluralidade das artes nesse evento é uma marca muito mais do que desejada por mim em encontros como esse. Gostaria de ter visto pinturas, esculturas, cinema, dança (essa última eu sei que tem). Enfim, eu gosto dessa efervecência cultural, e gosto de tudo ao mesmo tempo, mas sei que o local não comporta essa simultaneidade. Contudo, não custa nada sonhar não é mesmo?
Bem, eis que encerro meu relato de uma dia e uma tarde superagradável com pessoas mais bacanas ainda. Um ganho em minha existência sem dúvida. Lucrei três vezes, primeiro porque conheci o poeta de quem sou fã, aliás esse dia só foi possível porque eu havia combinado com ele de comprar seus livros. Promessas Desfeitas - quando os sonhos morrem e o poeta sobrevive (1997), Not or not ser? (2001), O último adeus - ou o primeiro pra sempre (2004), Eu e outras províncias - progressos e regressos (2008), Diários de solidão - quando a ausência faz companhia (2010) e estou aguardando um que em breve sairá do forno quentinho com o título extraordinário que já está me dando água na boca (só não lembro qual é - consegui achar o nome: "Foda-se e outras palavras poéticas"). Coitado eu o obriguei a fazer dedicatória e tudo - é claro que eu não abriria mão dessa tietagem. Ele fez dedicatórias lindas e poéticas. Segundo porque frui o máximo possível do dia e, em terceiro, porque pelo que estou descobrindo, Valença (cidade do professorpoetapateta, é como ele se autodenomina) tem um movimento cultural próprio e rico com jornais com matérias vigorosas e interessantes e eventos promovidos por um grupo de pessoas conscientes de seus deveres de cidadão, cujo endereço recomendo http://blogdovq.blogspot.com.br/. É isso!
Autorização dada, eis ai meu sorrisão celebrando o encontro com pessoas tão bacanas.
Autorização dada, eis ai meu sorrisão celebrando o encontro com pessoas tão bacanas.
Juliana, eu e Carlos |
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Hildegard von Bingen
Hildegard von Bingen |
Seja
por qual discurso ela tenha se feito enxergar e ser ouvida (no caso
dela o religioso), o fato é que sua existência tem ecos em nossa
atualidade. Foi em primeiro lugar mística (desde sempre), poeta,
musicista, linguista,
escritora, médica, profetiza, filósofa, iluminista (iluminuras),
teatróloga e tantas outras funções que já nem sei mais enumerar. Sua medicina é aplicada na prática em um hospital na Suiça. Suas músicas podem ser encontradas em várias modalidades, ela mesma criou suas notações musicais (por meio de neumas),
pois na época não existia ainda a Escala musical como hoje conhecemos (é só fazer uma pesquisa no "oráculo" youtube e verão sua impressionante produção). Além de todas essas atividades, ainda encontrou tempo para fundar dois mosteiro, um ainda existe em Eibingen, na Alemanha. O outro foi destruido por conta da guerra, restando apenas ruínas.
Alfabeto criado por Hildegard |
escritora, médica, profetiza, filósofa, iluminista (iluminuras),
Iluminura |
teatróloga e tantas outras funções que já nem sei mais enumerar. Sua medicina é aplicada na prática em um hospital na Suiça. Suas músicas podem ser encontradas em várias modalidades, ela mesma criou suas notações musicais (por meio de neumas),
Fragmento de neumas |
pois na época não existia ainda a Escala musical como hoje conhecemos (é só fazer uma pesquisa no "oráculo" youtube e verão sua impressionante produção). Além de todas essas atividades, ainda encontrou tempo para fundar dois mosteiro, um ainda existe em Eibingen, na Alemanha. O outro foi destruido por conta da guerra, restando apenas ruínas.
Mosteiro de Eibingen |
Foi lançado na Alemanha um filme com a vida dessa monja (também pode ser encontrado no youtube). Bem, termino o post com uma pequena amostra musical. "Vision", adoro essa música tão forte e instigante. Uma melodia que se propagou atemporalmente e, felizmente, para meu deleite, chegou até mim.
Lua Branca - Chiquinha Gonzaga
Hoje lembrei da música "Lua Branca" de Chiquinha Gonzaga. A melodia está a ressoar em minha memória.
Lua Branca
Maria Bethânia
Oh, lua branca de fulgores e de encanto,
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo,
Ah, Vem tirar dos olhos meus, o pranto,
Ai, vem matar essa paixão que anda comigo.
Oh, por quem és, desce do céu, ó lua branca,
Essa amargura do meu peito, ó vem, arranca,
Dá-me o luar de tua compaixão,
Ah, vem, por Deus, iluminar meu coração.
E quantas vezes, lá no céu, me aparecias,
A brilhar em noite calma e constelada.
E em tua luz então me surpreendias
Ajoelhado junto aos pés da minha amada.
E ela, a chorar, a soluçar, cheia de pejo,
Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo.
Ela partiu, me abandonou assim,
Oh, lua branca, por quem és, tem dó de mim!
Se é verdade que ao amor tu dás abrigo,
Ah, Vem tirar dos olhos meus, o pranto,
Ai, vem matar essa paixão que anda comigo.
Oh, por quem és, desce do céu, ó lua branca,
Essa amargura do meu peito, ó vem, arranca,
Dá-me o luar de tua compaixão,
Ah, vem, por Deus, iluminar meu coração.
E quantas vezes, lá no céu, me aparecias,
A brilhar em noite calma e constelada.
E em tua luz então me surpreendias
Ajoelhado junto aos pés da minha amada.
E ela, a chorar, a soluçar, cheia de pejo,
Vinha em seus lábios me ofertar um doce beijo.
Ela partiu, me abandonou assim,
Oh, lua branca, por quem és, tem dó de mim!
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