Eu raramente saio de casa, mas quando saio é sempre por um bom programa. Hoje não foi diferente dos que costumo frequentar. Então vou escrever logo antes que eu esqueça (acho que já comentei em algum post que minha memória é a coisa mais fugaz do mundo). Foi a primeira vez que fui ao Bistrô Café do Bom, Cachaça da Boa. Um local super bacana, aconchegante, pois é um ambiente pequeno, o que faz com que os frequentadores acabem se esbarrando e olhando nos olhos um dos outros. Quem me falou sobre o lugar e o evento foi um amigo da internet, Carlos Brunno Barbosa, cuja escrita admiro sobremaneira. Explico minha predileção pelos escritos dele. São vestígio de nosso tempo, com nosso linguajar, nossas particularidades históricas atuais. Concordo que a Literatura tem um caráter meio cíclico, no que diz respeito a historicidade, parece que determinadas narrativas, mesmo tendo sido escritas séculos passados, estão se repetindo. Mas a dele tem esse diferencial do cotidiano nosso de cada dia. Sua poesia expressa uma opinião pessoal, pois uma poesia nada mais é do que uma parcela de todo poeta. Nele encontro uma verve pulsante e que reconheço como de meu tempo e meu dia a dia também.
Para meu grande prazer, encontrei-o pela primeira vez nesse evento; assim como Juliana, a musa de meu amigo, uma pessoa agradabilíssima, muito simpática e de bela voz (declama os versos do amado que é uma maravilha); bem como o irmão dela Zé Ricardo, um jovem educadíssimo e cheio de vontade de dar o melhor de si para a música. Mas alguns podem perguntar o porquê de eu está escrevendo tudo isso, eu respondo: é dificil encontrar jovens como esses três que hoje tive a maior satisfação em conhecer. São jovens preocupados e engajados no desejo de um fazer artístico para um mundo melhor. Como não me curvar a tão grande ideal? Como não me envergonhar quando comparo a atitude deles que sairam de Valença para vir ao Centro do Rio participar do evento e eu tão próxima com preguiça de sair e ver as novidades que estão pipocando nesse caldeirão cultural.
Para meu grande prazer, encontrei-o pela primeira vez nesse evento; assim como Juliana, a musa de meu amigo, uma pessoa agradabilíssima, muito simpática e de bela voz (declama os versos do amado que é uma maravilha); bem como o irmão dela Zé Ricardo, um jovem educadíssimo e cheio de vontade de dar o melhor de si para a música. Mas alguns podem perguntar o porquê de eu está escrevendo tudo isso, eu respondo: é dificil encontrar jovens como esses três que hoje tive a maior satisfação em conhecer. São jovens preocupados e engajados no desejo de um fazer artístico para um mundo melhor. Como não me curvar a tão grande ideal? Como não me envergonhar quando comparo a atitude deles que sairam de Valença para vir ao Centro do Rio participar do evento e eu tão próxima com preguiça de sair e ver as novidades que estão pipocando nesse caldeirão cultural.
Voltando ainda ao lugar, cheguei antes que o evento tivesse começado. De início fiquei um pouco sem graça porque não conhecia ninguém, mas depois foram chegando mais pessoas, inclusive esses novos amigos da Literatura e da Cultura de modo geral. O evento começa o seu andamento e daí por diante tudo passa a ter uma certa familiaridade, todos parecem se identificar como parte de tudo (a cultura tem esse poder). A música ativa algo dentro dos indivíduos que os fazem relaxar, a bebida adianta muito mais rapidamente esse processo (por falar nisso, o capuccino com cachaça é delicioso - não deixem de tomar caso vá a esse bistrô), mesmo em pessoas introspectivas como eu.
A anfitriã, Janaína da Cunha, me pareceu bem contundente em suas posições com relação a cultura e aos artistas quando ressalta a necessidade da união e não de competição entre eles.
As poesias recitadas, cada qual com suas particularidades temáticas, muito interessante. Algumas destacarei, mas não esperem pormenores excessivos, já os esqueci. Perguntem como é que me lembro, não sei. Sei apenas que me lembro, não das palavras, mas da sensação que elas me provocam, quer seja poesia, música ou outra espécie de arte. As pessoas normalmente tem memória de alguma frase ou verso. Eu quando leio uma poesia, crio um contexto que me leva a fazer uma associação com outro contexto, e este me remeterá a uma sensação e é essa sensação que me faz saber se gostei ou não de algo. Afeeee, tem coisas que nunca conseguiremos expressar em palavras. Toda essa lorota é para justificar minha incapacidade mnemônica.
Bem, vamos lá, deixem-me tentar lembrar de alguns fragmentos antes que eles se desvaneçam e fiquem apenas impregnados em minha memória sensorial. O terceiro poema que Janaína declamou é muito bom (do livro Olhos de Lince); o poema que, segundo o autor, é agora hino do Identidade Cultural e Movimento Culturista (eu concordo, tem tudo a ver mesmo) é também muito bacana, podemos apreciá-lo na íntegra neste link http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/2012/06/solidoes-compartilhadas-efervescencia.html; a performance do Carlos com o poema 60'' o deixou exausto rsrsr; para contrabalançar a exaustão do Carlos, sua fiel escudeira lança mão de seu poema "Horas Mortas" (que aliás é muito interessante, pois me faz lembrar de alguns momentos de pura apatia [minha e não do poema] que vivemos num determinado espaço de tempo em nossas vidas e que só queremos esquecer o tempo) http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/; Juliana declamou um poema em homenagem ao avô que o Carlos também postou no blog dele e que eu adorei http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/2011/12/solidoes-compartilhadas-solidao.html (levei a manhã quase inteira procurando esses links, mas vale a pena os poema são lindos. Ela tem uma voz muito bonita e sabe interpretar o poema com paixão. Olha esse verso sobre a morte do avô se não digo a verdade " Sono solidão... eterno o seu, perdido o meu"); agora a irreverência dos poemas "Manga" e "peitos, peitinhos e peitões" do Dalberto foi inusitado e muito legal; o poema etílico (não me lembro o nome da autora) é maravilhoso e, por fim, a música de protesto de Zé Ricardo que estava nervoso e se saiu bem, mas ele queria ter atuado melhor (não deve se preocupar, o hábito faz o monge). Uma outra atração foi as caricaturas do Fábio Fernando, traço marcante e delicado, mas o que mais me atraiu foram as cores fortes (sou completamente latina nesse aspecto). Gostaria de ter a foto de uma delas, mas não lembrei de registrar (uma pena, pena mesmo). A pluralidade das artes nesse evento é uma marca muito mais do que desejada por mim em encontros como esse. Gostaria de ter visto pinturas, esculturas, cinema, dança (essa última eu sei que tem). Enfim, eu gosto dessa efervecência cultural, e gosto de tudo ao mesmo tempo, mas sei que o local não comporta essa simultaneidade. Contudo, não custa nada sonhar não é mesmo?
Bem, vamos lá, deixem-me tentar lembrar de alguns fragmentos antes que eles se desvaneçam e fiquem apenas impregnados em minha memória sensorial. O terceiro poema que Janaína declamou é muito bom (do livro Olhos de Lince); o poema que, segundo o autor, é agora hino do Identidade Cultural e Movimento Culturista (eu concordo, tem tudo a ver mesmo) é também muito bacana, podemos apreciá-lo na íntegra neste link http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/2012/06/solidoes-compartilhadas-efervescencia.html; a performance do Carlos com o poema 60'' o deixou exausto rsrsr; para contrabalançar a exaustão do Carlos, sua fiel escudeira lança mão de seu poema "Horas Mortas" (que aliás é muito interessante, pois me faz lembrar de alguns momentos de pura apatia [minha e não do poema] que vivemos num determinado espaço de tempo em nossas vidas e que só queremos esquecer o tempo) http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/; Juliana declamou um poema em homenagem ao avô que o Carlos também postou no blog dele e que eu adorei http://diariosdesolidao.blogspot.com.br/2011/12/solidoes-compartilhadas-solidao.html (levei a manhã quase inteira procurando esses links, mas vale a pena os poema são lindos. Ela tem uma voz muito bonita e sabe interpretar o poema com paixão. Olha esse verso sobre a morte do avô se não digo a verdade " Sono solidão... eterno o seu, perdido o meu"); agora a irreverência dos poemas "Manga" e "peitos, peitinhos e peitões" do Dalberto foi inusitado e muito legal; o poema etílico (não me lembro o nome da autora) é maravilhoso e, por fim, a música de protesto de Zé Ricardo que estava nervoso e se saiu bem, mas ele queria ter atuado melhor (não deve se preocupar, o hábito faz o monge). Uma outra atração foi as caricaturas do Fábio Fernando, traço marcante e delicado, mas o que mais me atraiu foram as cores fortes (sou completamente latina nesse aspecto). Gostaria de ter a foto de uma delas, mas não lembrei de registrar (uma pena, pena mesmo). A pluralidade das artes nesse evento é uma marca muito mais do que desejada por mim em encontros como esse. Gostaria de ter visto pinturas, esculturas, cinema, dança (essa última eu sei que tem). Enfim, eu gosto dessa efervecência cultural, e gosto de tudo ao mesmo tempo, mas sei que o local não comporta essa simultaneidade. Contudo, não custa nada sonhar não é mesmo?
Bem, eis que encerro meu relato de uma dia e uma tarde superagradável com pessoas mais bacanas ainda. Um ganho em minha existência sem dúvida. Lucrei três vezes, primeiro porque conheci o poeta de quem sou fã, aliás esse dia só foi possível porque eu havia combinado com ele de comprar seus livros. Promessas Desfeitas - quando os sonhos morrem e o poeta sobrevive (1997), Not or not ser? (2001), O último adeus - ou o primeiro pra sempre (2004), Eu e outras províncias - progressos e regressos (2008), Diários de solidão - quando a ausência faz companhia (2010) e estou aguardando um que em breve sairá do forno quentinho com o título extraordinário que já está me dando água na boca (só não lembro qual é - consegui achar o nome: "Foda-se e outras palavras poéticas"). Coitado eu o obriguei a fazer dedicatória e tudo - é claro que eu não abriria mão dessa tietagem. Ele fez dedicatórias lindas e poéticas. Segundo porque frui o máximo possível do dia e, em terceiro, porque pelo que estou descobrindo, Valença (cidade do professorpoetapateta, é como ele se autodenomina) tem um movimento cultural próprio e rico com jornais com matérias vigorosas e interessantes e eventos promovidos por um grupo de pessoas conscientes de seus deveres de cidadão, cujo endereço recomendo http://blogdovq.blogspot.com.br/. É isso!
Autorização dada, eis ai meu sorrisão celebrando o encontro com pessoas tão bacanas.
Autorização dada, eis ai meu sorrisão celebrando o encontro com pessoas tão bacanas.
Juliana, eu e Carlos |
Mais uma vez, Helene Camille, só tenho a agradecer a honra de sua presença no evento. Como diria o poeta Carlos Orfeu, você 'enrilkeceu' uma belíssima tarde lírica! Quanto as fotos, tem toda autorização de publicá-las, fique à vontade e lembre-se sempre as solidões artísticas são coletivas e devem ser sempre compartilhadas (rs esse paradoxo te deu um nó, né, mas o verdadeiro nó dessas solidões compartilhadas é o fato desse absurdo fazer parte de nós ,seres humanos).
ResponderExcluirMuito obrigado por tudo e é um prazer imenso conhecê-la virtualmente e não virtualmente (não direi 'realmente' porque o real é apenas uma verdade virtual que construímos, como diria a Matrix rs).
Saudações poéticas! Arte sempre!
É verdade, a solidão compartilhada é paradoxo, já que no momento em que compartilhamos, não estamos mais só. Mas talvez esse compartilhar funcione bem apenas no meio "internético". Contudo, por mais que estejamos compartilhando algo, se não desejamos e permitimos que o outro penetre nosso intimo, dificilmente ele terá acesso a nossa alma. Cheguei até a comentar com você que acredito que, em essência, somos o próprio paradoxo e uma provisória contradição de nós mesmos (o que comumente acontece é que temos vergonha de admitirmos essa nossa inconstância.
ExcluirHelene, apesar de ser valenciana, conheci o profpoeta Carlos e sua querida Juliana a poucos meses pessoalmente, pois já nos conhecíamos aqui do facebook. Ele é talentoso e guerreiro, luta constantemente pela cultura e incentiva os demais, inclusive seus alunos adolescentes a escreverem.
ResponderExcluirFui uma vez no Identidade Cultural, no mês de junho. Foi marcante!
Mas confesso que fiquei feliz por ler o nome de minha cidade aqui.
Bjoks de deliciosa Ilusão. ;)
Olá Jaqueline, Ah! o famoso tempo e espaço.
ExcluirMinha avó, desde que eu era criança, sempre dizia uma coisa que me intrigava pra caramba: "até as pedras se encontram": Sabe que são em momentos como esses que entendo esse ditado. As pedras podem se encontrar em pontos equidistantes, mas parece que o universo conspira para que elas se esbarrem de algum modo, nem que seja por meio de uma topada (quem pode garantir que essa pedra tem apenas a forma mineral?) Drummond já dizia que havia uma pedra no meio do caminho não é mesmo?
Fantástico cada parte da paisagem que pincelou
ResponderExcluirem suas palavras, adorei
e ainda mais as pessoas descritas aqui
são maravilhosas e também as estimo muito
como o carlos, a juliana e o irmão dela que conheci neste evento
realmente o bistrô é um local maravilhoso o evento enriquece mais
sua arquitetura tornando-se uma troca.
O vesperal procede cintilante no sorriso de cada participante
da paisagem, tornando-se além de passagem, paisagens também.
Ah, cada evento é uma singular energia que se sente, profundamente
foi ótimo também conhecê-la na proxima trocaremos palavras
Concordo e assino embaixo com cada palavra aqui escrita
lindo,lindo,lindo,lindo texto.
Carlos Orfeu
Olá Carlos Orfeu, com certeza trocaremos umas palavrinhas sim, principalmente no que diz respeito aos quatro primeiros versos de seu poema, que não posso deixar de ressaltar que amei.
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