Não esperem coerência e coesão em meus textos. As ideias aqui expressadas por mim, se dispõem de modo prolixo, com sentido e articulação que só eu percebo ninguém mais. contudo, não descarto a possibilidade de que, eventualmente, alguns de vocês possam concordar ou discordar delas. Afirmo, portanto, que este blog é uma tentativa minha de organizar e saber a quantas andam meu confuso pesamento, muitas vezes irônico e tantas outras cáustico.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Narrador / Personagem - pensando os elementos da narrativa


Estou a pensar sobre a coerência da fala do narrador e do personagem. Como podemos definir por exemplo, quando um personagem não tem grande erudição, mas sua fala demonstra um profundo conhecimento psicológico calcado em aspectos teóricos? Como posso considerar a estrutura narrativa e a construção dos personagens?

Será que a sensibilidade e a observação da vida e suas conclusões tiradas desse contexto são suficientes para a verossimilhança dos personagens? Acho que sabedoria não requer diploma, mas a linguagem com a qual a literatura é inscrita, depende do sentido que as palavras dão ao texto e, com elas, podemos dizer quando é simples ou complexa ou complexas mesmo sendo simples. Se ponho um analfabeto falando sobre questões científicas com linguajar específico (como classificamos: coerente ou incoerente?), por outro lado, um erudito pode falar de modo menos erudito (então, como montar essa equação na hora de criar personagens sem cair em incoerencias e contradições?)

2 comentários:

  1. olá Helene.. creio que fica estranho e perde a credibilidade você colocar erudição na fala de um matuto (erudição e não sabedoria). Lembro do Sítio do Picapau Amarelo, dos anos 70/80... O tio Barnabé falava como um negro que se criou no mato, assim como o Zé Carneiro e o Zé Garnisé falavam com o sotaque de caipira. Isso é essencial para a ambientação dos personagens e para a criação do universo da história na cabeça do leitor. Creio que seja mais ou menos isso... Obrigado pela visita de sempre e parabéns pelo texto. Bjs

    ResponderExcluir
  2. Obrigada Paulo, ambientação e credibilidade, eram essas as palavras que estavam faltando para eu completar meu raciocínio sobre o assunto. Muitas vezes é necessário para a construção de uma personagem uma visão tridimensional, tem de ser pensado nos mínimos detalhes, pois mesmo sendo ficção, as narrativas sempre partem de um contexto linguístico ampla e complexo. É defícil como leitora, as vezes, dar conta de tudo isso, mas ocasionalmente, percebe-se uma certa lacuna, contudo, nem sempre esse olhar é desejado na relação escritor-leitor. A crítica para alguns escritores é persona non grata.

    Quanto a visita de sempre, ela tem razão de ser pelos seus belíssimos poemas.

    ResponderExcluir