No post anterior, manifestei minha inquietude com relação a imagem do
que supostamente somos. Hoje, lendo HEGEL, encontrei em um fragmento
algo desassossegador.
"(...) essa violência que a consciência sofre - de se lhe
estragar toda a satisfação limitada - vem dela mesma. No sentimento
dessas violência, a angústia ante a verdade pode recuar e tentar salvar o
que está ameaçada de perder. mas não poderá achar nenhum descanso: se
quer ficar numa inércia carente-de-pensamento, o pensamento perturba a
carência-de-pensamento, e seu desassossego estorva a inércia. Ou então,
caso se apóie no sentimentalismo, que garante achar tudo bom a seu modo,
essa garantia sofre igualmente violência por parte da razão, que acha
que algo não é bom, justamente por ser um modo. Ou seja: o medo da
verade poderá ocultar-se de si e dos outros por trás da aparência de que
é um zelo ardente pela verdade, que lhe torna difícil e até impossível
encontrar outra verdade que não aquela única vaidade de ser sempre mais
arguto que qualquer pensamento - que se possua vindo de si mesmo ou de
outros. Vaidade essa capaz de tornar vã toda a verdade, para retornar a
si mesma e deliciar´se em seu próprio entendimento; dissolve sempre todo
o pensamento, e só sabe achar seu Eu árido em lugar de todo o conteúdo
..." (HELGEL, Fenomenologia do Espírito - número 80)
É um blog inspirado na Maiêutica para responder a perguntas que insistem em não aceitar respostas. Pretendo reconstruir meu mundo. Por hora encontra-se suspenso de qualquer juízo, embora saiba que há um substrato existencial do qual não posso me isentar.
Não esperem coerência e coesão em meus textos. As ideias aqui expressadas por mim, se dispõem de modo prolixo, com sentido e articulação que só eu percebo ninguém mais. contudo, não descarto a possibilidade de que, eventualmente, alguns de vocês possam concordar ou discordar delas. Afirmo, portanto, que este blog é uma tentativa minha de organizar e saber a quantas andam meu confuso pesamento, muitas vezes irônico e tantas outras cáustico.
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