Não esperem coerência e coesão em meus textos. As ideias aqui expressadas por mim, se dispõem de modo prolixo, com sentido e articulação que só eu percebo ninguém mais. contudo, não descarto a possibilidade de que, eventualmente, alguns de vocês possam concordar ou discordar delas. Afirmo, portanto, que este blog é uma tentativa minha de organizar e saber a quantas andam meu confuso pesamento, muitas vezes irônico e tantas outras cáustico.

sábado, 22 de outubro de 2011

Ruminações III

Jejum, Abstinência, Ascese

Tudo o que digo aqui, nesse texto, pode até parecer apenas lamento, mas não é. Algumas mulheres como eu, são infantis ou adolescentes ainda, talvez não tenham vivido essas etapas no devido tempo. Contudo, digo que para mim, essa é uma forma de organizar e tornar vivo o vivido e ao mesmo tempo eternizar os instantes junto aquele que me seduziu completamente. É choro, é dor, mas é sobretudo um grito orgástico do gozo experimentado. Rssssssssssss, o humano e suas idiossincrasias. Fico a imaginar como esse texto não deverá ser motivo de riso e esgar. Por isso, tenho diante de mim um espelho, para que o outro possa se refletir, como diz na Bíblia: "Quem nunca pecou, que atire a primeira pedra", Maria Bethania reitera: "que todas as cartas de amor são ridículas, se não o fossem, não seriam cartas de amor.", e eu acrescento: quem nunca foi rídiculo, aproveite a oportunidade, de vez em quando é ótimo, alivia a alma, expõe dela o seu vigor, sua ânsia de viver.

MEU DEUS, QUE SAUDADES DO SOL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Encontro-me numa viagem filosófica entre a corrente epicurista e a corrente estóica. Uma via crucis. Viver um pico hedonista quase a la Diógenes - o cão - à queda estoica súbita e vertiginosa, em direção à abstinência quase que completa do objeto de prazer. Hoje eu entendo como deve se sentir o dependente em suas mais diversas crises, também eu estou buscando a desintoxicação nesse tratamento radical e extremo.

As vezes penso que tudo isso não tem o menor sentido. Que o que quero mesmo é me levar pela dependência e gozar mais uma vez. Então lembro da ideia de alguns esportistas que decidem se aposentar em plena forma, de que vão parar de jogar enquanto ainda estão sendo ovacionados pelos torcedores. Contudo, duvido que ao fim, ao cabo, eles não amargam essa atitude até o fim da vida. Mas eles estão certos. Depois de tudo o que foi possível ser vivido, aguardar o esgarçamento de uma relação, é ser no mínimo um urubu a espera de que o prato tombe sem vida e chegue ao estado de putrefação para se deleitar com o alimento. Não, decididamente, nao sou necrófila. Estou de luto sim, mas um luto deliberado, e nem por isso menos doloroso. É irônico como nunca somos capazes de prever o que o outro sentirá mediante o contanto estabelecido.

Tudo está impresso na alma, ela está ainda muito impregnada do objeto de prazer. Certa vez li uma mensagem linda, que se os dois amantes se encontrassem realmente, talvez virassem pó. Logo pensei na teoria da antimatéria; que ao se deparar com o seu outro, a matéria original, se aniquilariam. É essa a impressão que tenho também. Enfatizo que falo por mim, não pelo outro, dele, nada posso falar. Sempre fui um tanto quanto visceral, até mesmo para mim. Talvez tenha sido apenas uma expressão fortuíta do outro, mas para mim, senti assim. Antes eu fui adepta do meio termo, hoje já não sou mais. Ou é ou não é. Não quero menos, ser for para ser menos, é melhor o nada.

Jejum, jejuo, me abstenho do contato com o meu algoz-vítima, ou eu como vitima-algoz (foi um jogo acordado entre as partes [eu e ele]), não se sabe bem quem é quem, tudo se misturou. Estou tentando arrancar a pele e deixar que ela se regenere, mas pelo que sei, esse orgão não tem essa propriedade, apenas a da cicatrização, portanto, mera ilusão. Certo é que a pele crie um queloma, assim como as árvores que sofrem algum dano, mas com os anos, as novas cascas envolvem o ferimento, no entanto, fica registrado o evento em seu tronco.

As vezes quero tocá-lo, alcançá-lo com um grito que reverberasse por essa tela e chegasse até ele, mas para que? Para que perturbá-lo com minhas angústias, tem coisas que só dar para serem vividas individualmente. Não sei se meu objetivo ascético transcenderá minha pequena alma e ecoará no cosmos, mas vou torcer pelo menos para que ela tome a direção do autoconhecimento. Por ora ficarei no jejum do meu objeto de prazer e de minhas palavras. Desejo, ansio, agradeço, grito pelo SILÊNCIO, SILÊN, SI, ....................................

A distância de nove meses não diminuiu o sentimento que senti por Rá, mas já posso olhar para tudo sem dor apenas com saudades. Em homenagem àquele que me ressuscitou do mundo dos sentimentos mortos, ofereço esse vídeo que tanto diz o que sinto por ele.

2 comentários:

  1. Helene,
    toda essa 'histeria jaquelinosa' por um amor virtual?
    Nossa...suspirei!!!
    Realmente a poesia 'Penetração' estava inserida no oculto de seus sentidos e quiçá nos dele!
    Ainda bem que despertou seus sentimentos, comprovou que ainda está viva e bem viva para sentir tudo o que tem direito, e até o que não tem, pois sempre somos seguidos pelos desejos insanos...
    Bjoks

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    1. Não é bom essa histeria jaquelinosa. Tenho de enviar o hímem ou algo que comprove que ele foi o primeiro a me desvirginar virtualmente. Algo para ele colocar no pescoso, assim como a personagem de Jorge Amado, se não me engano, em Tereza Batista cansada de guerra. RSRSRSRS Ah! Esse mundo sempre a nos surpreender.

      bjs

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