Não esperem coerência e coesão em meus textos. As ideias aqui expressadas por mim, se dispõem de modo prolixo, com sentido e articulação que só eu percebo ninguém mais. contudo, não descarto a possibilidade de que, eventualmente, alguns de vocês possam concordar ou discordar delas. Afirmo, portanto, que este blog é uma tentativa minha de organizar e saber a quantas andam meu confuso pesamento, muitas vezes irônico e tantas outras cáustico.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A dança dos Pássaros

Mais um causo das bandas de cá. Desde que o horário de verão foi estabelecido, tenho observado duas coisas estranhas no meio ambiente que me cerca. Toda manhã, os pássaros cruzam os céus, de lá das bandas do mar. Nunca entendi muito bem isso. Enquanto uns vem de lá para cá, outros vão de cá para lá. Não sei se eles se alternam ou se uns ficam lá durante o dia e de tardezinha eles voltam para cá e vice versa. Bem, além dos tiros, de vez em quando, tenho sido acordada constantemente com barulho de algo que se choca na janela de meu quarto. Primeiro pensei que fossem as crianças tentado resgatar cafifas, mas não era. Depois fiquei de mutuca e percebi que eram pássaros, logo me lembrei daquele filme "Os pássaros" de Alfred Hitchcock, que medo rsrsr. Fiquei então tentando entender o porquê de eles estarem se chocando em minha janela por volta das 8h da manhã. Veio-me a mente que minhas janelas são espelhadas, portanto, refletem a imagem do céu. Tadinhos, me deu um peninha, e fiquei a matutar o que fazer para que eles não se machucassem. Então fiz um teste e graças aos céus deu certo. Cobrirei minha janela pelo lado de fora com um lençol até o horário de verão acabar. Agora vou dormir tranquila e eles voarão na direção certa. 



Outra coisa que não estou entendo é aqueles insetos voadores que dizem ser cupins. Aqueles que aparecem quando esquenta muito e ficam ao redor das lâmpadas. Bem, eles normalmente apareciam por volta das 18h e em uma hora ou mais, desapareciam. Agora o fenômeno está acontecendo lá pelas 21h ou 22h, será que é também em decorrência do horário de verão?


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A Guerra Nada Santa dos Evangélicos




Pois é, não sei o porquê, mas lembrei dos antigos escravos e que ALGUNS tinham o "PRIVILÉGIO" de serem escravos domésticos. Hoje minha cabeça está meio ao avesso e fiquei a pensar: a QUESTÃO MAIOR PARA OS CONTRA, parece que não está em dar o direito, mas sim retira-lo do indivíduo, dito por alguns boçais, como "não normal", é querer fazer destes, menos que cidadãos, menos dignos e menos humanos.

Achei interessante o que o pastor Tom Ehrich diz no final da matéria. Será que a Bíblia se resumirá apenas a um manual sobre sexo?

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

DEPRESSÃO



Antes que os ativistas de plantão comecem a vociferar, o cão preto é uma metáfora. Veja que antes de ler, tomei a figura do cão como um elemento terapêutico, já que o meu cachorro faz-me sentir muito bem ao vê-lo brincar, correr e as vezes ficar com aquele olhar pidão para eu brincar com ele também. Eu normalmente associo esses momentos downs a uma nuvem negra (mas alguns dizem que é preconceito com o negro), agora chamo de nuvem preta. Eis que esse é um mal do século, o confronto entre nossas expectativas deformadas pelos ideais contemporâneo e a realidade, muitas vezes nos apequenam e nos tornamos um fardo para nós mesmos. No autoflagelamos pelo ideal de beleza, por um modo de vida em que se corre em direção ao dinheiro desesperadamente como um viciado salivando pela droga. Corre-se tanto durante tanto tempo para acumular o raio do dinheiro, que não se tem tempo de aproveitar o que o dinheiro poderia comprar para nos satisfazer. Tornamo-nos insaciáveis, acumuladores contumazes. Nos cercamos de coisas que dizem que vai nos fazer felizes e quando atingimos algumas dessas coisas, logo queremos outras coisas ou renovar essas mesmas coisas. Sempre penso em nós como aqueles cachorros que se movimentam em torno de si tentando pegar seu próprio rabo. Ou daqueles animais que colocamos uma cenoura a frente de seus olhos de modo que ele anda para alcançar a cenoura e nunca alcança. Alguns indivíduos, já cansados de olhar sempre para a cenoura, resvalam o olhar ao redor, em cima e em baixo, mesmo que ainda estejam com os antolhos, percebem que há outros tipos de comidas que não apenas aquela cenoura rente a seus olhos. 

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O Panóptico no Brasil



Acordei pensando em Foucault (sonho ou pesadelo? não sei) e suas concepções de Controle Social. Em que medida a concepção panóptica é bem sucedida aqui no Brasil, dado o alto índice de criminalidade que não é evitada? O que falta? mais câmeras ou operadores que monitorem os olhos que vigiam? Será então que o que falta é:O OLHO HUMANO QUE VÊ O QUE OS OLHOS DIGITAIS VEEM. Será que o nosso corpo social brasileiro não tem introjetado em si o medo de estar sendo vigiado? Talvez pela certeza da impunidade ou porque diante de uma vida insignificante como "normal", ao infringir à Lei, tornam-se celebridades pela mídia (fazem até uma minibiografia emergencial para o sensacionalismo), por produções cinematográficas e por best sellers na literatura. Nossa ignorância é tão crassa que nem conseguimos alcançar essa filigrana requintada de coercibilidade.


VIVO NUM PONTO QUASE CEGO DAS LENTES PANÓPTICAS GOVERNAMENTAIS. NUM PONTO ONDE A NEBLINA DE VEZ EM QUANDO SE DISSIPA, PARA LOGO EM SEGUIDA, FICAR EMBAÇADA DE NOVO.

https://www.youtube.com/watch?v=zJz2ox88gbs

terça-feira, 15 de julho de 2014

O Hedonismo do Futebol Brasileiro

Dada a minha completa indiferença futebolística, o que escrevo aqui provavelmente é fruto de minha insatisfação por conta da insatisfação do povo brasileiro pelo resultado da Copa do mundo de 2014 e as consequências iniciais advindas dele: a demissão da comissão técnica do Brasil e os olhos marejados de lágrimas do Felipão se sentindo duplamente magoado pela CBF e pela Globo de televisão. Ingenuidade dele?
Esse homem não tem o direito de ser Humano, apenas o dever de ser uma Máquina de Vitórias

A demanda que impulsiona o futebol e o carnaval aqui no Brasil é o Hedonismo, puro e simples hedonismo. Ora, somos um povo educado a base da filmografia hollywoodiana em que a fundamentação é a ideia do super herói, aquele que nunca erra e quando erra, é um erro fatal, Game over. Então, esperar que instituições oportunistas segurassem o técnico é no mínimo tolice, porque essa indústria encontra sua matéria prima no prazer da massa nada racional, apenas emoção desvairada. Segundo essa demanda, o desejo deve ser satisfeito a qualquer preço, a qualquer preço. Portanto, se o brinquedo não der prazer sempre, será substituído o quanto antes.  O prazer que foi anteriormente dado, não tem a menor relevância. Ter treinado a Seleção Brasileira do PENTA, juntamente com o Parreira que havia sido técnico do TETRA (esse, mais do que o outro, deve estar se sentindo duplamente magoado), não é justificativa suficiente para a permanência dele no comando da Seleção Brasileira de 2014 pós Copa, já que o HEXA não foi conquistado e, para piorar, foi um resultado dos mais negativos possíveis para a história do futebol brasileiro.

No Brasil, quem trabalha nessas duas áreas do entretenimento, tem de ser super homem. Tem de abrir mão de sua humanidade para ser Deus ou o Diabo. Suprindo todos os desejos da massa, é um Deus. Contudo, se o desejo da massa for negligenciado, torna-se um demônio e, como tal, tem de ser exorcizado e aniquilado. Não há margem de erro para o gozo da massa, ele tem de ser completamente satisfeito, sempre e sempre e sempre. Somos uma massa ninfomaníaca, no sentido de que sempre buscamos o prazer desenfreado. 

Mas acho que também serviria no sentido do sexo mesmo. As marias chuteiras que não me deixam mentir. Aliás, será que os campeões das Olimpíadas na Antiga Grécia, não tinham como prêmio o direito de escolher alguns dos mais belos corpos e distribuir, nesses corpos, um pouco do prazer que eles estavam sentindo? Com os nossos jogadores, parece que isso também ocorre.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Exposição TRONCO de Afonso Tostes e Estudos para medir forças de Ivan Grilo

Casa França Brasil - Rio de Janeiro 

Mais uma de minhas aventuras pela arte no Rio de Janeiro.No dia 21 de janeiro de 2014, fui levada por um amigo a fazer um tour por várias Galerias de Artes no Cassino Atlântico em Copacabana. Visitamos umas 15 ou mais, além de irmos em dois Centros Culturais e a livraria Cultura no Centro. Senti cheiro do velho e do novo. Tantas cores, tantas linhas curvas, retas, perpendiculares e tantas luzes que dão a obra iluminada perspectivas do aconchego, do lúdico e sobretudo a experiência estética tão discutida e controversa em nossa atualidade. O olhar do perito, do crítico e do artista muitas vezes entra em desacordo com o do espectador ingênuo. Digo ingênuo porque não tem aquele lastro teórico e nem a experiência do fazer artístico. Desse modo, se o artista emula uma experiência do fazer, o crítico executa seu escrutínio mediante seu conhecimento e o espectador frui, ele é afetado pela materialidade quer mental ou concreta da obra de arte diante dele. Muitos são os olhos e olhares que recaem sobre a arte e é essa diversidade e circunstâncias que evidenciam ou silenciam uma determinada obra no tempo.

Em uma dessas galerias, encontrei um galerista muito atencioso e entusiasmado com seu trabalho e começamos a conversar sobre espectador e arte e entramos no assunto do valor e julgamento da obra de arte. Ele disse-me tantas coisas interessantes, mas infelizmente não me recordo de todas, apenas de uma questão que ficamos a discutir um pouco mais. Ele afirmava que, na contemporaneidade, se uma obra de arte não se revela ao espectador é porque ela não cumpriu sua função objetiva e o artista fracassou. Caramba, quando eu o ouvi dizer tal coisa, por minha cabeça vararam milhares de argumentações e não sabia exatamente por onde começar a retorquir a afirmação, principalmente porque a obra de arte atualmente é conceitual, desse modo, como garantir objetivamente algo que nasce primordialmente da subjetividade do artista?

Eu entendo o desespero de muitas pessoas quererem entender ipsis literis a obra que se encontra diante de seus olhos. Entendo o que o galerista quis dizer quando se refere a essa objetividade. No entanto, o que não conseguimos ainda delimitar, sem margem de dúvidas, quais são os critérios que definem uma obra de arte como tal, porque se assim não o for, tudo é obra de arte. Não condeno o conhecimento do rapaz quanto a essas questões, apenas parto de minhas experiências que me fazem questionar não apenas o que ele afirmou, mas também o que me leva a ir a tais lugares.

O que nos faz sair de casa para ver uma exposição pictórica, escultórica, fotográfica, uma instalação etc., assistir um filme, ver uma peça teatral, ir a um sarau, ler um livro? Eu quero o fora do cotidiano, a arte para mim é esse sair de si e entrar no outro sem um preconceito sobre ela. No momento em que me ponho dentro da ...... 

Demorei muito a retornar a esse post e já não me recordo o que ia escrever. Lembro que não falei sobre a exposição na Casa França Brasil, sei que era sobre a escravidão e seus vestígios até o dia de hoje. Eu iria conversar com a pessoa que me levou lá, contudo, isso já não é mais possível, portanto, fica o hiato em minha escrita. Quem sabe um dia retorne a ela. Desculpem.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Lançamento do Livro "Clube de Leitura de Icaraí: 15 anos entre livros"





Noite de Autógrafos

A Livraria Icaraí e a Editora da UFF convidam os leitores em geral para o lançamento do livro "Clube de Leitura Icaraí - 15 anos entre livros". O livro inclui uma antologia de textos de 27 autores do clube de leitura que lerão trechos de suas obras durante o Evento.


Dia: 14/02/2014


Horário: 18h00 - 21h00


Local: Livraria Icaraí
Rua Miguel de Frías, 9

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Saga Crepúsculo moderna


E aqui vai uma poesia do livro "A queda para o alto" de Sandra Mara Herzer, dedico especialmente para aqueles que tem sede de sangue. Pensando bem, acho que nossa sociedade tem se mostrado mais vampiresca do que a saga Crepúsculo, pelo menos a face deles eram mais belas, essa que vejo aplaudindo os mortos, me parece deformada pelo próprio medo e pela covardia de admitir que sua reação e ação é só um reflexo irracional de uma animal coagido pela falência de instituições governamentais, sociais e morais. 

Mataram João Ninguém

Quando o próximo sangue jorrar
daquele por quem ninguém irá chorar,
daquele que não deixará nada para se lembrar
daquele em quem ninguém quis acreditar.
Quando seus olhos só puderem fitar o escuro
quando seu corpo já estiver inerte, frio e duro,
quando todos perceberem morto João Ninguém
e quando longe de todos ele será seu próprio alguém.
Tantas mãos, tantas linhas incertas,
tantas vidas cobertas, sem ninguém pra sentir,
Tantas dores, tantas noites desertas
tantas mãos entreabertas, sem ninguém pra acudir.
Qualquer dia vou despir-me da luta
pisar em coisas brutas, sem me arrepender.
Tão difícil ver a vida assassinada
quando estamos já tontos pra tentar sobreviver.
As perguntas sem respostas, sem nada, 
as vidas curtas e desamparadas
o último grito que não foi ouvido
calaram mais um homem iludido.
E no mundo não dão mais argumentos
pra fugir aos lamentos
De quem sozinho falece.
de quem sozinho falece.
Para esses, não há mais compreensão,
não há mais permissão, para que se tropece.
Na televisão, o aguardo da cotação
um instante ocupado, para dizer morto João Ninguém
mas a aflição ataca, a cotação subiu ou caiu?
e João morreu... ninguém ouviu.
Eu vou distribuir panfletos,
dizendo que João morreu
talvez alguém se recorde
do João que falo eu.
Falo daquele mendigo que somos
pelo menos em matéria de amor,
daquele amor que esquecemos de cultivar
o qual com tanto dinheiro, ninguém jamais coroou.

Um brinde a esse sangue tão belo que escorre pelas escadarias, pelo chão de nossas cidades tão civilizadas. Um grande viva e abraço generoso nas mães de tantos joão ninguéns, mostremos nossa solidariedade para com essa criatura que teve a audácia de por no mundo monstros como esses (agora fiquei em dúvida se falo dos que são linchados ou dos que lincham). Digamos a essa mulher: não chores querida, o que estas vendo, não é gente, não é teu filho, é apenas uma coisa que nos incomodava, é só isso, agora vais viver mais segura, estamos tornando o mundo mais seguro, mais civilizado, aquieta-te e doooooooooorme profundamente, porque estamos cá, nós, os justiçeiros, do lado de fora, garantindo e teu sono relaxante e teu sossego diário.

Uma amiga disse que esse post era muito forte, que iria curtir, mas que não iria compartilhar. Olhem esse conto da Clarice Lispector, será que por ela ser quem é, é menos forte que o meu? Será que ela diz coisas que não disse? E olha que nem conhecia esse conto, uma amiga é que postou no face hoje. Sabe que o que mais me entristece é que esse conto foi publica em 1979 e a realidade nossa de cada dia é igual, nada mudou. Tudo é um círculo vicioso.

http://revistapittacos.org/2014/02/10/mineirinho/

Sobre a poeta Sandra Mara Herzer. 

Sobre a violência

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Luzia Veloso - Feliz aniversário!

Minha querida Luzia Veloso, o que escrever para ti? Difícil escrever para artista tão delicada, tão criativa, sendo eu tão tão sem UP, por isso, resolvi que um poema seu, poderia me representar melhor nesse dia tão santificado que é a data da boa nova para seus pais: o seu nascimento. O mundo ganhou muito com sua existência.Veja a capa de seu livro “Impressões” que é uma efusão explosiva de vida e colorido. Sua arte é como o ânimo que é soprado e dar vida a alma. Seu espírito artístico incita à vida e sua pessoa nos comove pela delicadeza do seu ser. Mas vamos deixar de lero lero e sintamos sua arte triplamente: no fazer plástico, no falar sobre o fazer e no expressar poeticamente essas experiências.



A ARTE

Participei de um grupo de artistas,

na Oficina de Escultores do Ingá.

Lá o coordenador propunha

que fôssemos pesquisar.

Fui buscando materiais e elaborando projetos.

Naquela época ia, diariamente,

caminhar na areia da praia,

sempre bem perto do mar,

observando a quebrada das ondas

e ali bem rente, aos meus pés,

lindas bolhas transparentes

formavam espumas em flocos e,

eis que me vem à lembrança,

a bucha vegetal orgânica,

planta mágica que me atraiu

e, natural ou tingida,

impingiu em minha vida

inspiração para criar.



Quem quiser conhecer um pouco mais o trabalho da artista pode visitar seu blog: 
http://luziavelosoartes.blogspot.com.br/