Não esperem coerência e coesão em meus textos. As ideias aqui expressadas por mim, se dispõem de modo prolixo, com sentido e articulação que só eu percebo ninguém mais. contudo, não descarto a possibilidade de que, eventualmente, alguns de vocês possam concordar ou discordar delas. Afirmo, portanto, que este blog é uma tentativa minha de organizar e saber a quantas andam meu confuso pesamento, muitas vezes irônico e tantas outras cáustico.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Caixa - homenagem à mulher.mpg.mps

Um comentário:

  1. Adélia Prado

    Licença quase poética



    Quando nasci um anjo esbelto,

    desses que tocam trombeta, anunciou:

    vai carregar bandeira.

    Cargo muito pesado pra mulher,

    esta espécie ainda envergonhada.

    Aceito os subterfúgios que me cabem,

    sem precisar mentir.

    Não sou feia que não possa casar,

    acho o Rio de Janeiro uma beleza e

    ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

    Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

    Inauguro linhagens, fundo reinos

    — dor não é amargura.

    Minha tristeza não tem pedigree,

    já a minha vontade de alegria,

    sua raiz vai ao meu mil avô.

    Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

    Mulher é desdobrável. Eu sou.

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