Não foi o autômato, não foi o relógio e nem o cinema.
Então o que danado ele inventou? Comecei a assistir o filme ontem, mas estava com sono e acabei deixando para assistir hoje pela manhã. Depois que assisiti, quis escrever sobre ele, fiquei o resto da manhã pensando o que iria escrever. E a questão da invenção de Hugo matelava minha cabeça. De tanto queimar a mufa e dar corda com manivela nos dois neurônios que tenho, formulei uma hipótese:
HUGO INVENTOU A SI MESMO.
Apesar de não ser especialista em figuras de linguagem nem em linguística, contudo, ouso arriscar que Hugo é a Metalinguagem de si mesmo e da Metáfora criada pelo autor do livro "A invenção de Hugo Cabret" de Brian Selznick.
Num determinado ponto do filme ele diz que somos parte de uma máquina que não tem peças sobressalentes, portanto, se não somos uma peça sobressalente, temos uma finalidade específica no mundo. Veja que Hugo se pensa como engrenagem de uma grande máquina e, como engrenagem ele age consciente de que não é o todo, mas parte de um mecanismo que precisa funcionar.
Hugo gosta de consertar coisas que pararam de funcionar, que já não exercem bem suas funções. Desse modo, quando ele encontra Ben Kingsley - Georges Méliès que é um dos precursores da Sétima Arte e dos efeitos especiais, ele tenta consertá-lo.
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Georges Méliès (1861-1938) |
Ele encontra-se morto porque ninguém mais se lembra dele, pois com a guerra, a ilusão do cinema frente a realidade vista pelos soldados e por todos que foram afetados por ela, deixa de ser empolgante.
No entanto, parece que a realidade atualmente é tão dura e incompreensível que tudo é mais interessante e anestesiante que ela. São tantos meios que anestesiam, que alguns indivíduos navegam na alienação profunda desde o adulto até as crianças.
Algumas pessoas reclamaram que o tempo do filme é muito longo para as crianças. Ah! a grande questão do tempo e realidade para as crianças. Ao que parece até mesmo nós adultos concordamos com a ideia de que criança não é capaz de permanecer muito tempo diante de algo que julgamos interessante. Mas se isso é verdade, por que será que as crianças ficam horas e horas diante do computador ou jogos? Elas as vezes permanecem, o equivalente a uma jornada de trabalho adulto (8 ou mais horas), hipnotizados por uma tela..
O que faremos com as Alienações de nossas crianças? De nossos jovens e de nós mesmos?
Sei que essa crítica fugiu completamente ao que eu intentava dizer, mas, paciência! Assim que eu puder assistir outra vez o filme comento mais.