SINOPSE
É a história de dois irmãos gêmeos (Rômulo e Remo) que se separam na adolescência e se reencontram 20 anos depois, desestablilazando as certezas que cada um criou para si. Texto de Walter Daguerre. Direção de Paulo de Moraes.
Minha Opinião
No dia 04/03/2012, às 19:00, no Centro Cultural Banco do Brasil, assisti ao espetáculo "A Mecânica das Borboletas". O cenário era simples, muito apropriado para que o enfoque fosse dado a história que merece reflexão. Focava a questão da estagnação e tentativas de descobrir o sentido da vida de cada um de nós. Não foi um espetáculo espetaculoso. Foi um espetáculo introspectivo e, por vezes, mediado por uma comicidade sutil. Recomendo a peça. Para mim foi ótima.
Tantas coisas tinha a comentar, mas como demorei muito, não consigo lembrar com detalhes. Então vou partir de duas frases que durante o espetáculo eu (mesmo na penumbra) anotei em meus inseparáveis caderninhos (tenho um número expressivo deles. Quando partir para outra dimensão, darei trabalho para meu filho jogar todos eles no lixo. rsrsrs. É uma tentativa quase insignificante de ativar a memória cada vez mais fugaz).
Rômulo (Eriberto Leão) diz que durante todo o tempo em que esteve longe, nunca tirou a chave da porta da casa materna do bolso. Fiquei a pensar nessa afirnação e me passou pela cabeça que ela [a chave] esteve dentro do bolso dele para que soubesse para onde voltar ou para que se sentisse sempre em casa. E quantos de nós podemos ter o privilégio de retornar à casa? As vezes, podemos até voltar, mas para uma casa vazia e cheias de recordações boas ou más, isso vai depender de como foi o contexto de sua vida.
Rômulo teve a coragem de tentar viver, se arriscou, errou, mas conseguiu não ter o arrependimento de não ter tentado. Remo (Otto Júnior), ao contrário, teve medo, se fechou, recuou, negou a si mesmo o direito de atuar na vida. Lisa (Ana Kutner) foi namorada de Rômulo, mas quando este partiu, ela casou-se com o irmão Remo. Com o retorno de Rômulo, 20 anos depois, reabrem-se as feridas do ressentimento entre as personagens.
Rômulo agora é um escritor com relativo sucesso. Remo matém o negócio do pai (uma oficina mecânica). No fundo, estagnou, perdeu a coragem de lutar por seus sonhos que ficaram no passado. Ele se ressente com o irmão porque não teve a mesma coragem dele, Entretanto, mantém ainda uma chamazinha acesa dentro da alma, na esperança de se aventurar no mundo com sua moto Harley Davidson que está reformando, porém, ainda falta uma peça. A mãe, diante de tanto sofrimento com o abandono do filho, cai num estado de desespero e que avança para um estado de demência quando seu marido morre. Cultiva o jardim como personificação do marido falecido, pois foi nele [o jardim] que ela jogou as cinzas dele. Portanto, cultiva é a memória do marido. A persongaem faz alusão a uma frase atribuida ao poeta Mário Quintana [digo atribuída porque não sei em qual texto ela se encontra]. Mas é uma frase retirada de um contexto maior: "
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